quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Coronelismo e a mídia

Diferentemente do final do século XIX e início do XX, em que o coronelismo configurava o controle do voto na política, hoje, esse mesmo mandonismo, por concessão, detém o meio midiático.

Ainda que o rádio, a televisão, o cinema, a mídia impressa e a internet estejam focados no entretenimento, na publicidade e propaganda, informação e conscientização e alcancem livremente até o homem comum, continuam a mercê da manipulação prevista no coronelismo.

O impacto que a mídia causa ao desfazer fronteiras e favorecer novas idéias acaba camuflando essa acirrada monitoração coronelista que impede a sociedade de se organizar política e socialmente com estas informações.

As informações chegam de forma explosiva e passam pelos cidadãos, que absorvem sem reflexão e questionamento para mudanças, formando então, uma sociedade sem ação, desconhecedora de sua própria força numa democracia em que o povo governa com as suas lideranças, logo é um fato que esta participação é anulada.

Por outro lado, as concessões do governo à imprensa, permitindo a exploração de serviços públicos, enfraquece expressivamente a devida interferência na mídia, desconsiderando assim, a utilização do bem publico como direito. As emissoras de radio e TV vendem horários para programas religiosos e “Shop Tour”, por exemplo, que superlotam o ouvinte e o espectador, em detrimento à inibida apresentação de programas educativos.

Cabe portanto, à sociedade, às lideranças midiáticas, à União uma postura democrática e unicamente voltada ao cidadão, cidadão este que participa, comanda juntos, avaliza, como também à mídia, o recuo na alta lucratividade diante da concessão e ao governo, repensar a concessão diretamente ligada a seus interesses, a fim de que definitivamente a veiculação de informação se desprenda do coronelismo.

Nenhum comentário: